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Numa noite em que as temperaturas desceram a pique, a massa metaleira não se fez rogada e perenigrou até um dos pontos que mais concertos de peso recebe, o Incrível Almadense. Desta feita esperava-se uma das bandas mais respeitadas e emblemáticas do Doom Metal, os suecos Katatonia, que levam já quase 20 anos de carreira e trazem o novíssimo Night is the New Day.

A banda já tinha passado por Portugal em ocasiões anteriores, como no festival Vagos Open Air, no ano passado, em 2007 com duas datas, no Teatro Sá da Bandeira e no Paradise Garage e ainda na sua estreia em 2003, no Barroselas Fest.

Before the Rain (PT)



A banda de abertura, Before the Rain, forneceu um bom aquecimento aos que iam chegando ao recinto, directos de uma noite gélida. Portugueses, setubalenses, tocam doom metal, com solos de guitarra poderosos, e souberam dar o pontapé de saída de uma grande noite de sons pesados. Conseguiram arrancar do público bons headbangs, e uma boa recepção.



O público pedia por Katatonia, e finalmente a banda entra em palco, arrancando bajulações. Arrancam com "Day an Then the Shade", e "Liberation", ambas extraídas do recente registo. Seguidamente, um dos hinos do grupo, "My Twin", faixa do albúm The Great Cold Distance, de 2006. De resto, foi nestes dois albúns que recaíu a escolha do alinhamento da noite.

Katatonia



Depois de "Onward Into Battle", "Omerta", ou "Saw You Drown", canções de respeito, "The Ghost of the Sun", de Viva Emptiness (2003) põe novamente todos os presentes em uníssono, num regresso ás memórias. Segue-se a poderosíssima "Evidence"", outra retirada do mesmo albúm, ainda o público não tinha tido tempo de acalmar. Mais um tiro certeiro com "Criminals", também do albúm de 2003. A primeira parte do alinhamento é fechada com "July", o porta-estandarte de The Great Cold Distance.



O público até aqui já muito que entoou todas as letras, e muito que abanou a cabeleira, mas todos querem mais um bocadinho.



A banda regressa para o final, atirando "Forsaker", "For My Demons", e "Leaders", pondo todos a agitar a cabeça, a cantar, e a gritar pela banda. É esta reacção aquilo que se chama mérito, respeito e devoção, e o que uma banda com 20 anos de devoção merece de uma audiência. Entrega.

Alinhamento:

1.Day and Then the Shade
2.Liberation
3.My Twin
4.Onward Into Battle
5.The Longest Year
6.Soil's Song
7.Omerta
8.Teargas
9.Saw You Drown
10.Idle Blood
11.Ghost of the Sun
12.Evidence
13.Criminals
14.July

Encore:
15.For My Demons
16.Forsaker
17.Leaders

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Murdering Tripping Blues





Black Rebel Motorcycle Club












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Os Interpol regressaram a solo português, passado pouco mais de um mês desde a abertura para os U2 e volvidos três anos após a sua estreia no festival Super Bock Super Rock e o último concerto, esgotado, no Coliseu dos Recreios. Depois de Our Love to Admire, o bem sucedido albúm de 2007, trazem desta feita o albúm homónimo de 2010.

Ás 21 horas em ponto, os meninos da Flórida, Surfer Blood entraram em palco, estreando-se assim no nosso país. Trazem na bagagem Astro Coast, registo deste ano e albúm de estreia. O grupo de West Palm Beach é enérgico em palco, e as músicas convidam á festa. Provam por que razão são uma das novas bandas a ter em conta. Terminam com "Swim".


Pouco passava das 22h quando a banda de Nova Iorque pisa de novo um palco português, sendo ovacionada. Um campo pequeno quase repleto por completo grita por Interpol. Arrancam com Sucess, tema pujante do novo albúm, que o público parece acolher bem.

Ao contrário do que seria de esperar a banda focou o alinhamento nos dois primeiros algúns Turn On the Bright Lights (2002), e Antics (2004) com canções bajuladas pela audiência, como "Say Hello to the Angels", "Narc", "C'mere".

Do albúm que assinaram pela major Capitol, só nos foi concedida "Rest My Chemistry". Temas emblemáticos como Pioneer to the Falls, ou até o single (que chegou a integrar a banda-sonora de Morangos com Açúcar) "The Heinrich Maneuver" ou "No I in Threesome" foram deixados de fora. Também a acarinhada "Evil" ou a balada melancólica "NYC" não desfilaram no Campo Pequeno.



Sentiu-se falta da presença de Carlos D., não que o novo baixista, David Pajo, não tenha competência, é a apenas uma questão de afinidade. Como falhas a apontar, a terrível acústica da praça de touros, que prejudicou o que poderia ser um grande concerto, e o seu tempo de duração (1h30) que deixou água na boca.

O enlace termina com tiros certeiros com "Obstacle 1", e "Stella Was a Diver and She Was Always Down".


Setlist:

1. Success
2. Say Hello To The Angels
3. Narc
4. Length Of Love
5. Summer Well
6. Rest My Chemistry
7. Slow Hands
8. C'mere
9. Untitled
10. Barricade
11. Take You On A Cruise
12. Lights
13. PDA
14. Memory Serves
15. Not Even Jail

Encore
16. Hands Away
17. Obstacle 1
18. Stella Was A Diver And She Was Always Down

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Num dos primeiros dias de Novembro, em que o Inverno se tinha recolhido momentâneamente, á entrada do Teatro Tivoli as castanhas assadas eram um aperitivo para a noite que se seguia. Com uma entrada tímida dentro da sala, sem lugar para muitos histerismos, pouco a pouco se foram preenchendo os lugares, que quase esgotaram na sua totalidade. Algumas músicas de Led Zeppelin exortavam pelo espaço, com algumas interferências devido ao sound-check.


Pouco depois das 21h, Slamo, uma banda portuguesa, entram no palco, tocando um som pesado, e vocalmente agressivo. Tocam menos de meia hora, ainda a sala estava a meio gás, com muitas pessoas a aguardar fora da mesma.

Ás 22h sobe ao palco, o prato principal, Anathema, para gáudio de todos, e aqui sim, ecoa alguma exaltação. "De pé" é a palavra de ordem dada pela banda. Alguns aplaudem e sentam-se de novo, mas logo todo o povo não resiste a obedecer. Rasgam as bajulações com Deep, do albúm Judgement, de 1999, certamente a altura que deu a conhecer a banda a muitos dos que preenchem o público, pois a maioria já está longe de ser adolescente.






A banda de Liverpool decidiu por bem reproduzir o novo albúm na íntegra durante esta tour, o que perfez mais de duas horas de concerto, com um entusiasmo tanto da banda como do público que nunca foi abaixo. Ora em momentos de mais pujança melódica, ora em sonoridades mais melancólicas, todo o espéctaculo foi uma constante comunhão entre banda e audiência. O trio Cavanagh mostrava um semblante claramente estarrecido com o empenho desmesurado de quem os tinha ido ver naquela noite. Para quem se encontrava nas filas mais dianteiras, era vísivel nos olhos de Vincent a admiração com que fitava de uma ponta á outra toda a sala, á qual teceu elogios pela sua beleza arquitectónica.



Além da entrega a cada música, muitas com mais de 10 anos, mas que trazidas a nós com tanta energia e vivacidade, pareciam ter sido feitas recentemente, os irmãos mostraram-se bem dispostos, dizendo piadas, como por exemplo, que "Panic", tinha sido escrita pelos bonecos desengonçados que estavam encostados á bateria.

Já passava da meia-noite, quando alguém grita "Angelica", e no lado contrário se ouve "Lost Control", e Vincent faz uma espécie de leilão, o "quem dá mais", pondo todo o Tivoli a pedir músicas para o encore. Terminam com Fragile Dreams, um clássico, e demoram até abandonar o palco. Não querem deixar um público tão aficcionado como é o português. Fica a promessa de uma próxima visita.







setlist:

Deep
Pitiless
Forgotten Hopes
Destiny Is Dead
Balance
Closer
A Natural Disaster
Empty
Lost Control
Destiny
One Last Goodbye
Panic
Temporary Peace
Flying
Thin Air
Summernight Horizon
Dreaming Light
Everything
Angels Walk Among Us
Presence
A Simple Mistake
Get Off, Get Out
Universal
Hindsight

Are You There?
Angelica
Fragile Dreams