| 0 bolachas ]

| 2 bolachas ]

Irrita-me profundamente a mudança de hora, na época inverniça.

Já não basta chover, estar um frio desgraçado, vento com rajadas de 200km/h, ainda fica escuro mais cedo. Uma pessoa já tem um dia de merda, e a muito custo sai do conforto da caminha, e ainda por cima ás 16h já está noite practicamente.

Ás 4h da tarde ainda há tanta coisa para fazer, e somos obrigados a fechar-nos em casa porque já é de noite e está a chover torrencialmente.

É algo que me enerva. Para que raio estar a alterar a hora, se o Inverno por si só já lixado?

Enfim.

| 0 bolachas ]

| 0 bolachas ]


Isto é uma situação que um amigo meu presenciou hoje, quando estava no supermercado.



Vem uma senhora brasileira com uns pensos na mão, e pergunta a empregada:

Brasileira: Estes pensos têm abas, não têm ?
Empregada: Não, esses não.
Brasileira: Mas diz aqui "sin abas"...
Empregada: Não, os que têm dizem "com abas".
Brasileira: Ah....então mas aqui diz "sin".
Empregada: Não, "sin" quer dizer "sem"...


SIM ABAS! lol

| 0 bolachas ]

É a nova media-whore da cena indie pop actual, ou pop-rasca, whatever.

Todas as semanas há notícias sobre a rapariga, que, curiosidade, nada têm a ver com a música da dita cuja. Ou é a boneca da Katy Perry, ou os seios da Katy Perry, e até a mãe que beijou o coitado do Jimi Hendrix . Polémica. Afinal, não há má ou boa publicidade, desde que se fale, é o que conta.

Para mim não se trata mais do que uma forma de colmatar a falha de qualidade que ela (não) tem, enquanto artista. Tudo bem, teve um bom single, bom no sentido de que é catchy, e fica de tal maneira grudado no ouvido, que uma pessoa dá por si a cantarolar isto, sem sequer gostar.

Tem uma boa figura, pessoalmente acho-a linda, mas se ela quiser singrar na música, e não acabar como uma one hit wonder, já tratava de ter aulas de técnica vocal. As performances ao vivo, demonstram que Katy, daqui a uns anos, senão mesitos, vai desaparecer com o fenónemo. Deixam muito a desejar. Há certas partes em que ela consegue ser mais esganiçada do que eu, algo que eu julgava impensável.

Pronto, o estilo muito vintage, meio retro, meio qualquer-coisa-muito-da-cena-com-tiques-pinup, e a elegancia da miúda, enchem o olho, especialmente do povo masculino, mas a presença em palco nao passa pela parte visual, isso é apenas um suplemento daquilo que deve sempre prevalecer, o talento musical.






| 0 bolachas ]

Warm Beer Cold Women - Tom Waits

Dizer que o homem é genial, é pouco.



Fico para aqui a ouvir isto, ponho-me a pensar e não faço mais nada. É incrível como estou há quase duas horas a ouvir esta música, e só agora é que me dei conta disso.

| 0 bolachas ]




Foi perante uma sala a abarrotar de fiéis, que dEUS desceu até nós (são só umas horas de avião desde a Antuérpia), para uma aparição que entre quem esteve presente não será, de todo, esquecida, confirmando assim a excelência dos belgas nas lides do espectáculo.

A primeia fase do promissor serão de Domingo, esteve nas mãos dos nacionais Os Pontos Negros, nova "banda revelação" e coqueluche da cena actual musical. Acho que enquanto banda são medianos, não justificando toda a adoração que vejo por aí em torno deles. Não sei se culpe a qualidade acústica (ou falta dela) da sala, ou se a falha de inspiração dos próprios pontinhos.

Por volta das 22h, a excitação e inquietação mostravam-se ávidas, numa espera interminável, pelo que só os bancos verde espargo não estavam irrequietos ali. Era um cenário que fazia lembrar as visitas de estudo da primária ao teatro, só que aqui as bocas murmuravam as letras de Kid A dos Radiohead, o plano de fundo sonoro.

Após uns breves ensaios de fumo, dando a idéia que Pete Doherty estaria algures escondido a dar umas passas, eis que as luzes vacilam, ao passo que uma quase histeria ecoa por todo o espaço. As cinco criaturas muito aguardadas fazem-se desfilar pelo palco esfumado, elevando ainda mais alto a ovação dos presentes.

O anfitrião Tom Barman, de cigarrinho na boca e vigorando uma enorme alegria por nos ver a todos, ordena em forma de pedido simpático que nos levantemos. Por ele, o clima ideal seria que as cadeiras fossem arrancadas, pois era notório o entrave á festa que estas representavam. Não há vivalma que se deleite na sua cadeira, hoje a Aula Magna não têm gente sentada.

Aos primeiros acordes de "When She Comes Down" - o mote de abertura do novo registo, Vantage Point - os corpos devotos da banda começam a bambulear-se sobre si mesmos. As eras da banda alternam-se, rebuscando seguidamente um hit antigo, Instant Street que faz as delícias de um público êxtaseado, especialmente aquele que vê neste concerto como que um desenrolar do baú de recordações de juventude.

"Slow", mais outra artéria de Vantage Point, é só um nome enganador, pois ao redor da voz calma de Barman, a dança efusiva da maioria continua. "Architect" vêm ainda mais abalar a massa dançante. Após tanto estímulo que faz ferver o sangue, as primeiras notas de "Nothing Really Ends", remetem-nos para um clima mais emocional, clima depressivo, de quem acabou de perder um grande amor e que nada mais lhe resta se não um copo de whiskey, a melhor companhia para deslindar as amarguras, num bar, enquanto chove lá fora. As luzes estão baixas, talvez para recriar a atmosfera lírica da música. Só algumas pessoas ainda acompanham o ritmo da musica com o corpo, a maioria está a olhar atenta, mas de pé ainda, e aposto que muita gente está a pensar na situação semelhante que já viveu, á qual remete a historia que Barman nos conta meio cabisbaixo, ou noutro qualquer pensamento inquietante que assole a mente. Pelo menos a mim, é uma música que me traz alguma melancolia. E outros pensamentos que me visitam de vez em quando.

Os aplausos ensurdecedores fazem-se ouvir, seguindo-se Bad Timing, num começo hipnotizante, sentindo-se o tom zangado na voz de Barman. Três demandas musicais depois, e dá-se o fecho da primeira fase do ritual, com Suds & Soda, mais uma celebração apoteótica da velha guarda, do albúm de estreia, Worst Case Scenario, de 1994. Mesmo com uma luz tímida, parece que se destaca o brilho nos olhos de tanta gente que ali está, a reviver momentos passados, marcados por aquele som que cantam ininterruptamente. Parece que muitos voltaram a ser adolescentes naquele momento. Os sorrisos são muitos.

Posto isto, as cinco figuras proeminentes da noite, recolhem-se, deixando a multidão a salivar por mais momentos mágicos concedidos pelos senhores.

Após o pedido frenético de quem os queria, voltam-nos a encher as pernas de vida, ao som de "Oh Your God". Dá-se outra incursão ás memórias, desta vez com data de 1996, "Serpentine" do albúm In a Bar, Under the Sea. "For The Roses" é mais um momento de extravansante energia, com um começo calmo, contrastante com os momentos epiléticos que transbordam das guitarras. Barman já dança com a sua.

Um último travo do novo albúm, Favourite Game e o derradeiro momento da despedida chega em tom de surpresa para muitos, com Morticiachair, vinda dos primórdios da banda, até agora, trazidos pelos dEUS de agora.

Findada a mostra de tanta arte sonora, a opinião parece-me unânime, quando digo que a satisfação pairava no ar, e nos rostos de todos. Elementos da banda incluídos. Foi uma junção de gerações, umas que acompanham desde o início da banda, outras acompanhantes desde o momento em que a música de dEUS lhes tocou a alma e não mais as abandonou. Na Aula Magna, houve amor mútuo entre banda e público, e se dEUS tocassem amanhã, haveria igual romaria como a deste domingo.