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This is War
30 Seconds to Mars, 2009



Na primeira canção que enceta este novíssimo albúm dos 30 Seconds to Mars, "Escape", Jared Leto sussurra que "isto não é um jogo" e que é "hora de escapar". Um coro de miúdos, como que retirados de uma outra canção dos Pink Floyd, alerta-nos "Isto é guerra". Deixa-nos com medo, sem dúvida.

Em "Kings & Queens", há a vontade de esta ser uma canção épica, de ter uma mensagem revolucionária, mas acaba por ser um misto U2 e de uns Coldplay mais recentes, com uns vocais puxados ao limite. Mr. Leto, não é a berrar que nos fazemos ouvir.

"This is War", é a canção ideal para Jared Leto rebentar as cordas vocais. E como qualquer música inspirada na guerra, venha então o cliché dos tambores sincopados. E os coros, os coros.

"Hurricane", vem acalmar as hostes (apesar da ironia do título), e longinquamente ouvimos algo que lembra Nine Inch Nails, se nos conseguirmos abstrair da voz, até sensivelmente meio da música, em que na parte melhor, Jared berra como se não houvesse amanhã, e Kanye West diz qualquer coisa. Tirando isso, e se não fosse o toque á Timbaland, o instrumental está interessante, e voz é suportável por um mais longo período de tempo. E no fim, os coros, os coros.
"Closer to The Edge", é o segundo single, é fácil de ouvir, é a música orelhuda e radiofónica.

"Vox Populi", começa com todos os clichés dos 30 Seconds to Mars. Tambores, coros, Jared Leto armado em sargento. Letras que querem gritar algo importante, mas que se esforçam demasiado. E gritam demasiado. "This is a battle song, time to go to waaaar". Ok, já percebemos sargento Leto, é preciso repetir o mesmo em todas as faixas?

"Stranger in a Strange Land", (que por acaso tem o mesmo nome de uma música dos Iron Maiden) traz de novo reminescências de Nine Inch Nails, partes electrónicas interessantes, que mais uma vez são abafadas pelos gritos desesperados de Jared Leto. Logo agora, que se estava quase a conseguir apreciar algo no albúm, decentemente...

Por ultimo "L490", porventura a melhor música do albúm, um instrumental bastante bom, que faz lembrar Anathema, ou God is an Astronaut, por exemplo. Nota-se a diferença, o não ter que ouvir as letras repetitivas, nem berros inapropriados. Consegue-se de facto ouvir esta música, pois parece que não faz parte do albúm, desenquadra-se totalmente da linha a que este albúm nos habituou.

Em suma, mais do mesmo, vocais exagerados, letras que se ficam pelo mesmo assunto. Pegaram no tema da guerra, e quiseram transformar este albúm num clássico, mas o esforço é nítido, a ambição de se quererem tornar numa banda épica e credível é exagerada, até na própria imagem que Leto adoptou, um filho perdido entre um Bono Vox, e um punk qualquer efeminado que veste Prada e casacos da Burberry. 30 Seconds to Mars querem ser tudo o que há para "ser" na música, e acabam por realmente constituir pouco. E por favor, devolvam o coro dos miúdos aos Pink Floyd.



1 bolachas

Letista disse... @ 13 de julho de 2010 às 18:35

Boas! Com tanto álbum bom por aí tinhas que fazer uma review dum fraquinho fraquinho... Ahah, brincando (mas não muito).
Bem, este álbum veio agravar a decréscima qualidade que os 30 Seconds To Mars nos têm vindo a apresentar, as músicas giram sempre à volta do mesmo tema, tal como disseste, a guerra. As melodias são fáceis, os vocais exagerados, os coros muitas das vezes poderiam ser descartados, enfim, muita improficuidade reunida. És a primeira pessoa que vejo dizer que a banda sente necessidade de se tornar épica e depois de um tempo a pensar no assunto reparei que, realmente, o problema maior é esse, de tão épicos que querem ser acabam por se afundar e cair no comum.
Já tive a oportunidade de estar presente na tour mais recente da banda e as músicas do novo álbum ao vivo e, curiosamente, não me desiludiram tanto, o álbum acaba por funcionar um pouco melhor ao vivo que no registo gravado.
Quanto ao videoclip da ''Closer To The Edge'', não formaste opinião, quanto a mim, surpreendeu-me bastante, não só porque foi lançado sem anúncio prévio, como porque me parece ter resultado muito bem, acabando por dar uma nova graça à música, que, de vanguardista não tem muito (só para não dizer nada, ahah).
Quanto à (nova?) imagem da banda... Enfim, as pessoas mudam, os gostos mudam, as mentalidades mudam... Às vezes mais vale estarmos quietos no nosso cantinho. Aspecto positivo: nota-se uma ligeira repelência de pseudo-fãs (nem tudo pode ser mau, e o que ainda gosto menos na banda nem é a imagem, mas sim os super-hiper-mega-fãs do Jared Leto).

Em suma, tudo isto para (infelizmente) confirmar tudo o que afirmas na tua review.

Txei, desculpa o testamento, ahah.
Cumprimentos*

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