| 0 bolachas ]


Morte, suicídio, melancolia e doses acutilantes de post-punk. A nova coqueluche do Reino Unido, acaba de lançar o albúm de estreia, que entrou directamente para número um no top de vendas do mesmo país, de onde são oriundos. Fenómeno do género Arctic Monkeys, caminham a passos largos para o hype internacional. Antes do albúm sair, já andava o NME a elevar os White Lies ao título de melhor banda de 2009. Resultado, em menos de uma semana após a estreia do albúm, já estavam no topo das vendas.

O ligar do motor está em Death, numa linha de baixo calma, á espera do momento crescente da guitarra, que evoca um cenário Arcade Fire, com rufos de tambores regulares ansiosos de explodir. No desenrolar do refrão,
Harry McVeigh grita em estereofónico Yes, this fear's got a hold on me, para quebrar o sentido grave em que estava inserido. Especialmente no refrão, parece-me uma música á The Killers, que apareceu aqui por engano.

Nothing To Give transporta-nos para um drama amoroso, uma melancolia já bem conhecida do post-punk. Por momentos ouço um Robert Smith, mais histérico, e menos simpático.
To Lose My Life, a faixa mais orelhuda e de trato sombrio, respira Ian Curtis, nos tons graves, na forma de entoar as palavras de uma letra a tocar no tema de morte, Let's grow old together, and die at the same time.

Em meados do albúm, mais uma vez a atmosfera de músicas dos Joy Division ecoa, estando patentes os teclados, e as letras obscuras I saw a friend that i once knew at a funeral, He took the time out to be seen.

Uma banda que bebe muito influências de Joy Division, e Echo & The Bunnymen, e se tranforma num momento post-punk, de estruturas mais pop e radiofónicamente adictivas. Vêm se juntar ao leque de descendentes directos dos Joy Division, entenda-se, aos nova-iorquinos Interpol, aos She Wants Revenge, e aos Editors.


Num todo está um bom albúm, acho-o envolvente, no entanto com alguns dejá-vus dos compinchas que também se fascinam pelas influências da década de 80, em particular do post-punk. O albúm tem momentos altos, e baixos. Baixos, que não encaro como negativos, apenas não são tão altos como os outros. Peca por, em trechos, soar a algo já ouvido, neste ou naquele lado. As faixas têm todas um sabor muito radio-friendly, não obstante a exposição mediática que já lhes é feita no Reino Unido. Ainda assim, para albúm de estreia, apoia-se numa cuidada composição, deixando antever, que pelo andar da carruagem, White Lies encheram estádios, e encabeçaram cartazes de grandes festivais, daqui a uns tempos.


To Lose My Life