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Foi uma autêntica rave que se viveu no Coliseu dos Recreios, com a passagem da ex-voz dos Moloko, Róisín Murphy, numas entusiásticamente dançantes duas horas de espectáculo.

Com uma primeira parte que deixou algo a desejar, o DJ de serviço da rádio Oxigénio deixou a maioria dos presentes impávidos, esperando desesperadamente a subida ao palco da estrela da noite.

Com alguns minutos de atraso em relação a hora marcada, é num ambiente electrónicamente pesado que a figura aguardada emerge, envergando um pomposo casaco negro, o qual lhe atribui uma figura um tanto ou quanto galinácea. Para gáudio dos repórteres fotográficos, Murphy usa e abusa das poses, e estes atropelam-se para conseguir o melhor plano.

"Overpowered" arranca as vozes da multidão, seguindo-lhe "You Know Me Better". É um arranque avassalador, sentindo-se o chão tremer com tantos saltos. Começa a saga de trajes, mesmo no meio do palco, e a plateia olhava curiosa para todo o aparato cénico. Em "Tell Everybody", a estrutura de concerto "encolhe-se" para a zona direita do palco, tornando-se mais intimista, o que leva a momentos mais mornos, mas não menos excitantes. E é a atmosfera que se vive ao longo da actuação, momentos intimistas, alternando fases mais eléctricas.

Róisín é uma verdadeira entertainer, a acompanhar o seu "vozeirão", junta-lhe a dança que incorpora na atmosfera de cada música, e o toque teatral e versátil, das personagens que vai entoando nas mudas sucessivas de indumentária. É a artista completa.

Misturam-se temas dos Moloko, mas não os mais rodados, e esperados como Sing It Back ou Forever More. Movie Star um dos temas actuais, desdobra-se numa versão que se distancia da de estúdio, numa improvisação (ou talvez não) arrojada, mas mantém o refrão reconhecível.

Por fim, é suplicado um encore(havia quem já a tratasse por "Rosinha"), e este chega com uma cover de Slave to Love, de Brian Ferry. A festa termina com Ramalama (Bang Bang) que repõe toda a gente a dançar frenéticamente.